A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) divulgou nesta quarta-feira (05/11/2008) nota oficial a respeito da eleição de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos, dizendo que os compromissos assumidos, quando ainda candidato, apontam para uma presença ainda mais ampla das energias renováveis no país. O documento se refere à iniciativa citada por Obama durante a campanha que, se implantada, ampliaria em mais de 60% o compromisso de produção e utilização de etanol no país.
“Além da importância histórica e das mudanças profundas que deve deflagrar nos Estados Unidos, a vitória de Barack Obama pode ser muito boa para os produtores brasileiros de etanol, pois durante a campanha ele levantou a hipótese de ampliar o volume utilizado no país para 225 bilhões de litros até 2030 e investir US$150 bilhões em energia renovável durante dez anos”, comentou o presidente da UNICA, Marcos Jank.
O presidente da maior entidade representativa do setor sucroenergético brasileiro disse ainda que, apesar de Obama defender a manutenção dos subsídios ao etanol de milho produzido nos EUA e da tarifa imposta ao etanol importado do Brasil, o Partido Democrata tem uma bandeira contra o aquecimento global, que muito provavelmente levará a uma atitude pró-ativa contra a mudança climática.
“Na medida em que ele propõe um aumento no consumo de etanol, é preciso considerar que não é viável atender mesmo à exigência atual apenas com o etanol de milho. Os EUA serão obrigados a buscar alternativas e o Brasil está muito bem posicionado para complementar a produção doméstica americana, juntamente com dezenas de outros países emergentes que também cultivam a cana-de-açúcar”, disse Jank.
Até a posse de Obama em 20 de janeiro, a UNICA vai continuar focada no engajamento com o governo americano, ampliando seus esforços tanto junto ao executivo quanto o legislativo. Jank ressaltou que o Congresso americano também terá maioria Democrata após esta eleição, o que também é um fator positivo para o avanço da agenda ambiental. Além disso, é o Congresso que, em última análise, determina questões como a manutenção ou corte da tarifa sobre o etanol importado do Brasil.
“Para nós, a vitória Democrata poderá criar uma debate maior sobre matrizes energéticas limpas, o que acaba por beneficiar o nosso etanol. Enquanto isso, nada muda em nossa estratégia em Washington, que já vem sendo desenvolvida desde o início do ano por meio de nosso escritório na capital americana. Vamos acompanhar as mudanças de perto, sempre abertos para o diálogo”, finalizou Jank.