Diante dos desafios no combate às mudanças do clima, o etanol se apresenta como uma das rotas tecnológicas para a construção da nova era da mobilidade sustentável, já que é o biocombustível com a menor pegada de carbono do mundo. Hoje, no Brasil, o etanol é produzido tendo como matéria-prima tanto a cana-de-açúcar quanto o milho.
Podendo ser usado puro (etanol hidratado) ou misturado à gasolina (etanol anidro), o uso de etanol contribui de forma significativa para a preservação ambiental e melhoria da qualidade do ar com a redução das emissões de gases que agravam o efeito estufa. Na comparação com a gasolina, o biocombustível emite até 90% CO2.

De 2003, ano do lançamento dos carros flex, a março de 2022, o uso de etanol evitou mais quase 630 milhões de toneladas de CO2 fossem lançadas na atmosfera. Para efeito semelhante na natureza seria cultivar 4,5 bilhões de árvores pelos próximos 20 anos.
Essa baixa pegada de carbono recolocou a qualidade do ar de São Paulo, a quarta cidade mais populosa do mundo, dentro dos padrões estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Além da redução da poluição, a produção de etanol significa preservação ambiental. Com a criação o desenvolvimento de programas, como o RenovaBio – a Política Nacional de Biocombustíveis que estimula a substituição de combustíveis fósseis por renováveis – e prevê em desmatamento zero, o setor sucroenergético cada vez mais em eficiência e sustentabilidade.
Com 48% de participação na matriz de transportes, o etanol é orgulho nacional por sua eficiência energética, sustentabilidade e pela geração de emprego e renda no campo.

TIPOS DE ETANOL
COMBUSTÍVEL
ETANOL HIDRATADO
Esse tipo de combustível leva esse nome porque contém em sua composição até 7,5% de água. É o biocombustível comercializado nas bombas de combustíveis. Na comparação com a gasolina, o etanol hidratado emite até 90% menos CO2. Além dos benefícios ambientais, rodar com etanol melhora a potência e mantém o motor mais limpo e mais próximo do novo durante todo o ciclo de vida.
ETANOL ANIDRO
Etanol puro ou absoluto, o etanol anidro tem apenas 0,7% de água em sua composição. Desde 2015, a legislação brasileira prevê a mistura de 27% na gasolina tipo C. O biocombustível melhora a octanagem da gasolina, reduzindo as emissões de gases poluentes – esse nível de mistura reduz em 15% a emissão de CO2 por quilômetro rodado, reduzindo a poluição e contribuindo no combate as mudanças do clima.
ETANOL DE MILHO
Em dez anos, a produção de etanol de milho no Centro-Sul saltou de 37 milhões de litros para 4,4 bilhões de litros. A expansão da produção do biocombustível a partir do grão deverá ser ainda maior no ciclo 23/24, representando 17% do volume total de etanol contra 15% na safra 22/23. Com foco de produção nos estados de Mato Grosso (75%), Mato Grosso do Sul (16%) e Goiás (9%), estados que ampliam a competitividade do etanol onde antes esse cenário era impensável.

Assim como a cana, o processo de produção do etanol de milho integra uma cadeia econômica circular, onde todo o potencial do grão é transformado em bioenergia e alimento.
Para a produção do biocombustível é utilizado apenas o amido, assim, ao fim do ciclo industrial, proteínas e fibras são transformados em DDG (destinado à nutrição animal) e óleo. Fomentando o desenvolvimento de outras atividades rurais, como a pecuária de confinamento e criação de aves.
Outro elo impulsionado com o etanol de milho é a produção de biomassa, como florestas de eucaliptos, usada na geração de energia elétrica consumida pela unidade.
No Brasil, a produção do etanol de milho se diferencia dos demais país pela utilização do milho de segunda safra. O grão é cultivado após a produção, principalmente, de soja. Desta forma, não há qualquer tipo de competição entre biocombustíveis e alimentos.
O Brasil é o terceiro produtor de milho no mundo, com mais de 150 milhões de toneladas.
ETANOL 2G
O etanol de segunda geração, ou etanol celulósico, é gerado a partir dos subprodutos da produção de etanol e açúcar (palha e bagaço) e possibilita um incremento da produção do biocombustível, sem aumento da área cultivada.
No processo convencional, apenas um terço da sacarose encontrada na cana, concentrada no caldo e no melaço, é aproveitado. O restante fica retido no bagaço e na palha. Assim, com o desenvolvimento de novas tecnologias tornou-se possível usar essa energia para produzir etanol. O biocombustível resultando desse processo é conhecido como etanol 2G ou celulósico.
Com a ampliação da produção, o etanol celulósico tem potencial de aumentar em até 50% o volume de biocombustível produzido na mesma quantidade de terra.

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