O lançamento da Honda CG 150 Fan, terceira motocicleta flex da montadora japonesa no Brasil, revela o crescente interesse do consumidor por este tipo de produto no mercado, avalia o consultor de emissões e tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc. Ele destaca o sucesso crescente das motos bicombustíveis desde seu lançamento, em março de 2009.
“É importante que a Honda amplie o leque de motos para o segmento flex. E surpreende o fato das outras montadoras não seguirem esta estratégia comercial que já se mostrou vencedora,” comenta Szwarc.
Dados divulgados pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), compilados pela UNICA, confirmam a perspectiva positiva para o comércio de motos flex no País. Há 20 meses no mercado, os modelos bicombustíveis já representam 16% das vendas totais. De março de 2009 a outubro de 2010, foram vendidas 472,1 mil unidades, o que representa 3,7% da frota total de motos em circulação no País.
Em relação ao total de motocicletas flex comercializadas em 2009, as vendas em 2010, contabilizadas até o mês de outubro, cresceram 108%. Já são 288.690 modelos licenciados este ano, contra 139.059 no ano passado.
Decisão estratégica
A Honda, que atualmente detém 77,2% de participação das vendas no mercado brasileiro de duas rodas, lançou seu primeiro modelo flex, a 150 Titan Mix, em março de 2009. Em setembro do mesmo ano, foi lançada a NXR 150 Bros Mix. “De janeiro a outubro deste ano, as vendas das duas motocicletas representaram juntas 25% do total de modelos nacionais comercializados pela Honda,” ressalta Alfredo Guedes, do departamento de Relações Institucionais da Honda.
E não foi à toa que a montadora escolheu o Brasil para lançar as primeiras motocicletas bicombustíveis do mundo e demonstrar seu engajamento com a preservação ambiental. O País, maior produtor de etanol de cana do planeta, fabrica o combustível renovável mais avançado em termos de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Recentemente, cálculos feitos pela Agência Ambiental Americana (EPA, na sigla em inglês), mostram que, considerando todo o seu processo de produção, o uso do etanol brasileiro emite 61% menos GEE comparado com a gasolina.
Ficha técnica
A nova Honda CG 150 Fan flex será produzida na fábrica da Honda em Manaus (AM) e terá duas versões: a ESi, com partida elétrica e injeção eletrônica, que custará R$ 6.290; e a EDSi, que terá freio dianteiro a disco, com preço sugerido de R$ 6.590.
Ambas terão transmissão de cinco velocidades e tanque com capacidade para 16,1 litros de combustível. O motor de quatro tempos refrigerado a ar terá 14,2 cavalos de potência a 8.550 rotações por minuto (rpm).
